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A criança passa por vários estágios de desenvolvimento que influenciam tanto as suas ações quanto a sua percepção de mundo. Quando ocorre algum prejuízo no processo natural de amadurecimento, isso pode desencadear entraves psicológicos.
As dificuldades e conflitos internos afetam a capacidade adaptativa das crianças, como consequência, pode haver prejuízos no comportamento, na convivência com amigos e familiares e no desempenho escolar dos pequenos. E precisamos considerar que, diferente dos adultos, elas ainda não conseguem expressar ou simbolizar as sensações e afetos que geram sofrimento.
É nesse cenário que entra uma das funções da psicoterapia com crianças, na abordagem Junguiana, que é de viabilizar a simbolização das sensações e afetos ameaçadores, de maneira a auxiliar na sua elaboração e “tradução”, sem que o ego imaturo (em formação) da criança sinta-se tão ameaçado.
Assim, essa atitude analítica desenvolvida na relação terapeuta-criança ajuda a acolher e dar contorno a esses afetos de forma a transforma-los em objetos possíveis de se relacionar.
Na medida em que o psicoterapeuta vai oferendo no setting terapêutico, espaço, tempo e segurança e vai se ofereçendo como ambiente de contenção (ou seja, capaz de mediar estímulos internos e externos, e simboliza-los) a criança vai tendo possibilidades de estabilizar os seus afetos (agressivos ou destrutivos) de tal forma a serem reintegrados de maneira saudável.
Por isso, a psicoterapia infantil na abordagem junguiana tem se mostrado uma forma eficaz de tratamento para diversas dificuldades pessoais, emocionais e comportamentais.
Profissionais: Kelly Tristão – Marcella Ferraz