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Post no Insta: Sobre o Alimento Invisível – Quando a psique se nutre de Imagens
“Não é que eu tenha medo do alimento, mas ele parece ter sobre mim o poder que teria uma pessoa…” Essa fala, retirada do livro Mulheres Famintas, nos conduz a uma questão fundamental: quando a comida deixa de ser apenas comida e se torna uma presença psíquica, carregada de sentidos ocultos?
No trabalho clínico com transtornos alimentares, vemos frequentemente o alimento se tornar metáfora – ora ameaça, ora refúgio. No caso da anorexia, o ato de se alimentar não ocorre no nível do corpo, mas no da psique. O alimento concreto se esvazia para dar lugar a outra nutrição: a das imagens.
A jovem do estudo de caso vive um paradoxo semelhante. Sentindo-se invisível no mundo, ela busca alimento em imagens que possam dar contorno ao seu ser. Seu corpo reflete o que a psique tenta expressar: um conflito entre ser vista e desaparecer, entre desejar nutrição e temê-la. O espelho não é apenas um objeto, mas um altar onde sua imagem busca sentido.
Assim, o transtorno alimentar não é apenas sobre comida, mas sobre o que nutre a psique. O que alimenta essa jovem? O que lhe dá estrutura e sentido? Como ajudá-la a transformar essa fome psíquica em algo que a fortaleça na vida, e não apenas na fantasia?
São perguntas que a psicologia analítica precisa considerar. Afinal, quando a psique se alimenta apenas de imagens, o corpo se esvazia – e a vida se distancia.
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