Da Função Transcendente ao Rêverie

Na clínica Junguiana temos na técnica da imaginação ativa uma importante contribuição de Jung para a prática da psicoterapia, através da qual o paciente poderia estabelecer uma relação objetiva com imagens e personificações do inconsciente, possibilitando a integração de conteúdos inconsciente.

A função transcendente é conceito chave para entender a imaginação ativa, assim como outras possibilidades de aproximação ao inconsciente. A partir da função transcendente vamos pensar o conceito de função alfa de Bion, como correlatos que servem de base para pensar a imaginação ativa, visão imaginal de Schwartz-Salant e rêverie de Bion, fenômenos similares que nos ajudam a pensar o processo simbólico do analista durante a análise.

A Função Transcendente e a Visão Imaginal

No texto “A Função Transcendente”, escrito em 1916, Jung traz uma importante discussão, tomando como base a questão “De que maneira podemos confrontar-nos com o inconsciente?” (JUNG, 2000). O texto apresenta diferentes níveis de compreensão acerca da função transcendente, como aponta Damião Jr

Esse texto pode ser lido em diversos níveis de hermenêutica, ou variados modos de compreensão, são metadiscursos que se compõem a partir de outros discursos.

– Em um primeiro momento, pode ser entendido como um trabalho técnico/clínico, no qual se desenvolvem técnicas para acesso ao inconsciente e para o processo de iteração entre consciente e inconsciente, com ênfase propriamente na criação de imagens;

– Num outro nível, um texto epistemológico, pois como se verá ele aborda o problema dos modos de conhecimento do inconsciente e do consciente. Modo de distinção feita entre uma ênfase que seria dada no aspecto estético do símbolo ou em sua compreensão, tratando, também, da questão da “visão sintética”, um modelo de ciência que se basearia no sentido, em vez da explicação. Nessa perspectiva, existe um aspecto metodológico do uso do termo como função e como processo;

– Por fim, pode-se entendê-lo em seu aspecto ontológico, ao caracterizar o processo de formação do indivíduo, como se originando a partir do “confronto” e diálogo entre consciente e inconsciente. (DAMIÃO JR, 2019, p. 2-3)

A partir dessa perspectiva vamos nos ater ao aspecto técnico/clínico, considerando as possibilidades de acesso ao inconsciente, em especial à formação. No texto de Jung, a função transcedente emerge como um princípio organizador e integrador das tendências da consciência e do inconsciente. A função transcendente não seria um produto “artificial”, mas um princípio natural, uma função que se manifesta nos sí mbolos. Dada a importância do diálogo interior, como possibilidade de elaboração simbólica e integração do inconsciente, Jung desenvolveu, a partir da própria experiência, a imaginação ativa, como capacidade estabelecer um diálogo interior, de modo equilibrado, sem perda do inconsciente ou da consciência, ativando ou potencializando a função transcendente do paciente.

De forma geral, falamos da imaginação ativa como técnica a ser usada com e pelo paciente. Nosso foco não é aborda-la nesse contexto, mas pensar por parte do analista através da constratransferência. Sobre este ponto Jung afirma

Assim, um analista reage a uma “transferência” com uma “contratransferência”, quando a transferência projeta um conteúdo de que o próprio médico não tem consciência, embora exista realmente dentro dele. A contratransferência é adequada e plena de sentido ou inibidora como a transferência do paciente, na medida em que tende a estabelecer relações mais favoráveis que são indispensáveis para a percepção da realidade de certos conteúdos inconscientes. Mas justamente como a transferência, também a contratransferência possui qualquer coisa de compulsivo, de mecânico, porque implica uma identificação “mística”, isto é, inconsciente, com o sujeito. Ligações inconscientes desta espécie suscitam sempre resistências que são conscientes, se as disposições do sujeito são de tal natureza, que lhe permitam dispor livremente de sua libido, recusando-se a cedê-la por engodo ou sob pressão, e inconscientes, se o sujeito se compraz em que lha tomem. É por isto que a transferência e a contratransferência, quando os seus conteúdos permanecem inconscientes, criam relações anormais e insustentáveis que tendem para a própria destruição. (Jung, 2000 , p.221)

A influência exercida pelo paciente sobre o analista, se expressa na contratransferência, e possibilita que o analista entre em contato com o inconsciente do paciente atráves do próprio inconsciente. Cabe ao analista compreender essas manifestações – que podem ser sentimentos, sensações somáticas, lembranças pessoais, lembranças de filmes ou narrativas ou mesmo elementos aletórios do cotidiano do analista – devem ser consideradas como reações ou reverberaçōes do inconsciente do analista e precisam ser consideradas à luz da história ou transferência do paciente, para assim esse processo ser transformado em informações úteis ao analista.

A advertência que Jung aponta é o estado de inconsciência no paciente ou no analista. Através da contratransferência o analista se “faz de função transcendente para o paciente, isto é, ajuda o paciente a unir a consciência e o inconsciente e, assim, chegar a uma nova atitude” (Jung, 2000, p. 145).

Mas, como fazer a função transcente para o paciente? Jung nos dá uma direção importante:

O meu esforço consiste justamente em fantasiar junto com o paciente. Pois não é pouca a importância que dou à fantasia. Em última análise, a fantasia é para mim o poder criativo matemo do espírito masculino. No fundo, no fundo nunca superamos a fantasia.(…) Toda obra humana é fruto da fantasia criativa. Se assim é, como fazer pouco caso do poder da imaginação? Além disso, normalmente, a fantasia não erra, porque a sua ligação com a base instintual humana e animal é por demais profunda e íntima. É surpreendente como ela sempre ‘chega a propósito’. O poder da imaginação, com sua atividade criativa, liberta o homem da prisão da sua pequenez, do ser “só isso”, e o eleva ao estado lúdico. O homem, como diz SCHILLER, “só é totalmente homem, quando brinca”. (Jung, 1999, p 43)

A fantasia ou mais propriamente a imaginação é a capacidade de expressar em imagens e palavras o processo vivenciado com o inconsciente. De forma que o conteúdos sejam objetivados, permitindo que o ego estabeleça o diálogo interior. Na análise, ocorrerá a transposição da vivência da contratransferência em símbolos (imagens, palavras, sentimentos, sensações), através de uma dialética interior, que no momento propício será compartilhado ao paciente na relação terapêutica.

De modo similar, porém muito particular, o analista Nathan Schwartz-Salant, que trabalhou com casos-limite ou borderline, em quem a dificuldade de elaboração simbólica é pronunciada, desenvolveu a experiência de “imaginar junto” como uma possibilidade da simbolização e elaboração de conteúdos proto-simbólicos, da parte psicótica da personalidade, integrando-os e favorecendo o fortalecimento e organização do ego dos pacientes.

Schwarzt-Salant denominou essa técnica de visão imaginal, e diz

A visão imaginal é como a imaginação ativa, mas, ao utilizar a visão imaginal na terapia, e essencial que 0 inconsciente do terapeuta seja constelado por meio de sua contratransferencia. Por exemplo, só depois que me tornei consciente de minhas tendências de cisão e de um afeto pouco modulado que nao atraia às partes psicóticas de John, pude começar a usar esta reação de contratransferência. Submetendo-me de modo consciente a esse estado induzido de contratransferência e ficando incorporado, pude deixar que a imaginação me levasse a perceber a sua sondagem no segundo plano.


A esfera imaginal não se manifesta necessariamente através de imagens visuais; 0 sentimento e a sensação cinestésica são também canais naturais. É possível que a natureza do ato imaginal seja matizada pela função inferior do terapeuta, de modo que um terapeuta verá “visivelmente”, enquanto outro verá “sentimentalmente”. De qualquer forma, 0 processo exige que 0 terapeuta se deixe afetar pelo material do paciente sem ter que recorrer a interpretações, que, na melhor das hipóteses, se revelariam uma manobra defensiva.

A imaginação é um ato nascido do corpo. Surge de uma matriz de confusão e desordem. A fé, e não tanto a vigência da compreensão, e a parteira.(SCHWARTZ-SALANT, 1992, p,214)

A visão imaginal é uma variação da imaginação ativa realizada pelo analista, não ouvimos muito no cenário junguiano falar dessa modalidade de relação ou manejo com a contratransferência. A visão imaginal não ganhou força ou presença no campo junguiano, diferente de seu correlato psicanalítico, o conceito de rêverie, que desde que foi apresentado em 1962 por Bion, foi incorporado é trabalhado por vários autores. A semelhança dos dois conceitos nos possibilita pensar e amplifciar a visão imaginal a partir das discussões acerca do rêverie.

A função Alfa e o Rêverie

W.R Bion foi um dos mais criativos e inovadores psicanalistas do século XX. A amplitude e produndade de sua obra, desenvolvimento de técnica psicanalítica que, como é bem conhecido, em vários aspectos se aproxima e tangencia a obra de Jung.

Bion desenvolveu sua teoria ao pensar a partir de seu trabalho com pacientes psicóticos, desse trabalho destacamos os elementos beta, elementos alfa e função alfa.

Os elementos beta corresponderiam aos elementos da experiência sensorial e afetiva que não se integram ao psíquico e não estabelecem vínculo ou conexão, “proliferando” de forma caótica, em si mesmos incapazes de se tornarem representação, quer em pensamento ou sonhos. Esses elementos são descarregados (ou evacuados) em forma de agitação motora, choro, somatizações ou na identificação projetiva. Em linguagem junguiana poderíamos compreendê-los como elementos psicóides, proto-simbólicos, não integrados, a “massa confusa” da alquimia.

Os elementos alfa são elementos basais da experiência psíquica, são as primeiras representações, vivências simbólicas basais que abstraem a experiência em si, e que se organizam e podem se manifesfar nos processos oníricos, na memória e demais funções psíquicas superiores. Para Bion, a diferenciação de “dentro e fora” surge a partir dos elementos alfa que geram uma “barreira de contato”, diferenciando o que é consciente e inconsciente. O ego pode lidar e elaborar os elementos alfa.

A função alfa atua no processamento dos dados sensoriais, elementos beta, em elementos alfa. O bebê não possui função alfa, a capacidade de processar os elementos beta, é através da função alfa da mãe que, p.ex., diante do choro, agitação motora, sons lhes atribui um sentido/significado, nomeando como fome -> e o amamenta, sono -> e faz o bebe dormir), incôdomo com excrementos -> troca as fraldas, dores -> dá remédio; possibilita que a criança tolere o incômodo/frustração e abre caminho para a “psiquificação” dos dados sensoriais, nomeados como fome, sono, incômodo, dor, gerando elementos (alfa) que poderão ser ordenados, participar da formação do pensamento, sonhos, ser nomeados e vividos conscientemente. A mãe aberta aos processos da criança acolhe esses dados projetados e devolve como um elemento integrado, simbólico. A criança irá desenvolver sua própria função alfa a partir da experiência materna.

A função alfa materna também é expressa com o conceito de rêverie. Zimmerman explica

Essa denominação foi cunhada por Bion (1962, p. 58) e, tal como a sua raiz francesa mostra (rêve = sonho), designa uma condição em que a mãe (ou o analista) está em um estado de “sonho”, isto é, está captando o que se passa com o seu filho não tanto através da atenção provinda dos órgãos dos sentidos, mas muito mais pela intuição, de modo que uma menor concentração no sensório possibilita um maior afloramento da sensibilidade. Em suma, diz Bion: “a rêverie é um componente da função α da mãe”, capaz de colher as identificações projetivas da criança, independentemente de serem percebidas por esta como boas ou más.

Da mesma forma, o estado de sonho da função rêverie do analista possibilita que dê um livre curso às suas fantasias, devaneios e emoções, em um estado mental que lembra o da “atenção flutuante” preconizada por Freud e que serviu de inspiração ao que Bion veio a postular como um estado do analista em relação com o paciente “sem memória, desejo ou compreensão”. Pode-se dizer que o conceito de rêverie é uma ampliação e complementação da “atenção flutuante”. (…)
A função de rêverie é estudada por Bion como a capacidade da mãe (analista) de fazer a identificação introjetiva das identificações projetivas do seu filho (analisando); ou seja, é a capacidade de fazer ressonância com o que é projetado dentro dela. (Zimerman, 2008, p.231)

O rêverie ou função alfa da mãe é internalizado (introjetado) pela criança, possibilitando o desenvolvimento da consciência (barreira de contato), a formação simbólica. Contudo, o que se torna importante é a relação do rêverie com o processo analítico. Através do rêverie o analista transforma os conteúdos, manifestos na contratransferência em material analítico. Nessa perspectiva, o

Rêverie, por outro lado, foi a ideia que ele aplicou para descrever a atitude do analista durante a sessão, podendo ser alcançada apenas depois que o analista tenha se tornado capaz de abandonar memória, desejo, preconcepções e compreenênção. (…) o analista disciplinado para aguardar a chegada do fato selecionado, elemento que finalmente emerge das associações do analisando e/ou nutralmente a partir do inconsciente do próprio analista sob a forma de “imaginação especulativa”, a qual é então transformada em “raciocínio especulativo” em ressonância intuitiva com o analisando (GROTSTEIN, 2017 p.364).

É possivel compreender que a função transcendente e a função alfa correspondem ao mesmo princípio formador de símbolos, que integram e perminte a nossa percepção da realidade.

Imaginação Ativa, Visão Imaginal e Rêverie

Como atividade imaginativa e intersubjetiva o rêverie apresenta similaridades com as técnicas junguianas imaginativas. Mark Winborn aborda o reverie e a imaginação ativa dizendo que

A postura adotada no rêverie é semelhante à da imaginação ativa de Jung (1916), na qual um relacionamento ou postura é estabelecido com o fluxo interno. A imaginação ativa, que foi descrita como “sonhar com os olhos abertos” (Sharp, 1991, p. 13), é uma técnica desenvolvida por Jung para facilitar o envolvimento e a assimilação de processos inconscientes em um estado relaxado, mas acordado. Entretanto, é importante observar que Jung via a a imaginação ativa como uma atividade envolvida principalmente pelo analisando que, às vezes, pode ser facilitada pelo analista. Não parece que Jung via a imaginação ativa como algo que era praticado com outra pessoa, como o rêverie é tipicamente conceituado. (…)

Em contraste com a imaginação ativa, o Rêverie analítico tem sido um conceito diádico desde o início. Ogden (2017) se refere ao rêverie como um “sonho acordado” (p. 5), mas que é sonhado com outra pessoa e não sozinho. Nesse sentido, Ogden (1997) vê o rêverie como um evento pessoal/privado (ou seja, intrapsíquico) e intersubjetivo. Em outras palavras, ele reconhece a presença de de duas subjetividades que podem experimentar sua interação como sendo tanto individual e coletiva (ou seja, como uma experiência interconectada e emergente) (WINBORN, p. 134)

O rêverie e a visão imaginal são expressões do mesmo fenômeno vivenciado pelo analista que possibilita a construção do “terceiro analítico”, fruto da relação analítica, no espaço potencial entre o analista o paciente, a partir do qual podem ocorrer as transformações. A psicanálise contemporânea tem trabalhado bastante com a conexão e o potencial transformador do processo analítico. Ogden comenta que

A nova subjetividade (o terceiro analítico) permanece na tensão dialética com as subjetividades individuais do analista e analisando. Não considero o terceiro analítico intersubjetivo como entidade estática; ao contrário, compreendo-o como uma experiência em evolução, em fluxo constante na medida em que a intersubjetividade do processo analítico é transformada pelas compreensões geradas pelo par analítico;

O terceiro analítico é vivencidado pela personalidade de cada um, analista e paciente, não sendo, portanto, uma experiência idêntica para ambos. A criação do terceiro analítico reflete a assimetria da situação analítica, pois ele é criado no contexto do setting analítico que, por sua vez, se estrutura por meio do relacionamento dos papéis de analista e analisando (OGDEN, 2013, p.43).

O terceiro analítico, que emerge do campo transferêncial, que sustenta a análise é o vas hermeticum, o vaso alquimico ou o temenos, o local sagrado e protegido onde o sagrado se manifesta. Esse campo simbólico é alcançado, visto e vivido por meio de uma atitude analítica simbólica, que pode ser expressas por diferentes vias como a imaginação ativa em Jung, pela visão imaginal em Schwartz-Salant ou rêverie em Bion.

O rêverie e a visão imaginal possibilita que o analista, em coniuncio com o paciente, possa acessar os conteúdos constelados na relação terapêutica inconsciente e trazer uma interpretação (sobre interpretação veja o texto Pensando a interpretação na Psicologia Analítica). Esta última deve ser compreendida como um ato analítico-simbólico que conecta situação presente/sintoma do paciente, com conteúdos da matriz inconsciente (complexos, defesas, etc) gerando a possibilidade de transformação. Ou mesmo, compreendo o momento para utilizar outros recursos com o paciente como a imaginação ativa ou a técnicas expressivas.

Devemos levar em consideração os casos que os pacientes com dificuldade ou aparentemente incapazes de simbolizar, isto é, com ego frágil, excessivamente defensivos, que Jung e autores de primeira geração falavam de “psicose latente”, e que hoje compreendemos como estados-limite ou pacientes borderline, onde não seria indicado a imaginação ativa. Nesses casos há uma inibição defensiva da função transcendente (ou uma falha da função alfa), assim, o processo interpretativo (por ser um processo simbólico) não é bem sucedido.

Com esses pacientes, é necessário restaurar capacidade de vivenciar a função transcendente e o processo simbólico. Cabe ao analista, fazer a função transcendente/função alfa para o paciente, utilizando a visão imaginal/rêverie, para que ele possa transformar os conteúdos proto-simbólicos/psicóides do paciente, assim como a experiência cindida de si mesmo e da realidade.

o terapeuta que se aventura a recuperar a visão imaginal do paciente não pode dar-se 0 luxo de deixar passar as distorções de realidade que afligem indivíduo limítrofe. (Para isso, e para uma compreensão geral do paciente limítrofe, a literatura psicanalítica é valiosissima(…) A menos que lidemos com 0 modo como 0 mundo esta cindido para o paciente limítrofe (por exemplo, em objetos irreais “bons” e “maus”), nossas tentativas de religar 0 paciente a uma reaIidade imaginal produzirão apenas uma secreta inflação e reforçarão uma abordagem delirante da realidade (SCHWARTZ-SALANT, 1992, p. 18).

Com os pacientes limites a transferência de conteúdos proto-simbólicos gera incômodo e, com frequência, gera contrarrestência no analista – ativando defesas e interrompendo a possibilidade da relação simbólica. Schwartz-Salant sugere que através da visão imaginal, é possível que, em alguns casos, o paciente reintegre sua visão imaginal, restaurando a função transcendente, que fora inibida defensivamente. A retomada da relação com o inconsciente é um processo integrativo, por isso devendo ser compreendida como a restauração da função transcendente.

A função transcendente é um conceito junguiano importante, contudo foi pouco desenvolvido e ampliado em direção aos processos de desenvolvimento e sua função na análise. O paralelo com a função alfa, nos permite vislumbrar e amplificar a percepção da função transcendente, cuja amplitude o campo junguiano intui, mas sem sistematizar. Do mesmo modo, que os estudos psicanalíticos acerca do rêverie temos a amplifição a proposta do Schwartz-Salant, uma contribuição impar no cenário junguiano.


Referências

DAMIAO JR., Maddi. A função transcendente: algumas reflexões sobre o processo de criação. Pesqui. prát. psicossociais [online]. 2019, vol.14, n.4 [citado  2024-03-26], pp. 1-17 . Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-89082019000400007&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 1809-8908.

GROTSTEIN, James S. “… no entanto, ao mesmo tempo e em outro nivel...” Vol I , São Paulo: Blucher, 2017.

JUNG, C.G. A natureza da Psique, Petropolis: Vozes, 2000.

JUNG, A Prática da Psicoterapia,Petrópolis: Vozes, 1999.

OGDEN, T, Rêverie e interpretação, São Paulo: Escuta, 2013.

SCHWARTZ-SALANT, N. A personalidade limítrofe: visão e cura.São Paulo: Cultrix: 1992.

ZIMERMAN, David E. Bion : da teoria à prática : uma leitura didática;. 2. ed. Porto Alegre : Artmed, 2008.

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